Fundamentos do Batuque RS

07/09/2013 06:23

FUNDAMENTO DO BATUQUE

Existem dois grandes planos quando queremos ver o universo segundo o Batuque:

1 - AIYE - mundo natural, o manifestado na matéria, tudo aquilo que vemos, que de fato existe perante aos nossos olhos, razão, matéria, formas e símbolos.

2 – ORUN – o mundo sobrenatural, o potencial do arquétipo, tudo aquilo que não vemos, mas acreditamos que existe, invisível, sentimos assim como o vento, a fé.

Considera-se vital para todo homem recorrer a IFÁ (búzios), sistema divinatório de consulta a ORUNMILÁ, a intervalos regulares para tomar conhecimento do que agrada ou desagrada o próprio ORI (orixá). 
Enquanto intermediário entre a pessoa e as divindades (entre as quais o próprio ORIXÁ)
IFÁ não apenas informa sobre os desejos divinos, mas também conduz os sacrifícios ofertados às 
divindades para que estas possam cumprir seu papel: ajudar os ORIXÁS a conduzirem as pessoas à 
realização do próprio destino.

 

Se as coisas estão indo mal em sua vida, antes de apontar um dedo acusador para as bruxas, para 
feitiços ou para seus inimigos, examine sua natureza. Se Você tem por hábito maltratar as pessoas ou não considerar seus sentimentos, não procure qualquer felicidade ou sorte em sua vida, não importando o quanto Você possa ser bem sucedido  materialmente.

INCIAÇÃO DO BORI

1         Da fusão da palavra bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode – se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de iniciação ao sacerdócio.

 

 

2         Bará, por exemplo, nos mostra a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários caminhos a escolher.

Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é tarefa que cabe a cada ori (cabeça), por isso o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por meio do bori que tudo é adquirido.

 

3         Os mais antigos souberam que Ajalá é o orixá funfun responsável pela criação de ori. Dessa forma, ensinaram – nos que Oxalá sempre deve ser evocado na cerimônia de bori. Yemanja é a mãe da individualidade e por essa razão está diretamente relacionada a cabeça, sendo imprescindível a sua participação no ritual. Por este motivo o casal de pombos representa a manifestação e confirmação destes orixás que vem abençoar o Bori. Isso se trata de um segredo que poucos sabem, muitos apenas fazem por que seus pais e mães de santo o repetiam, para explicar isso á um filho iniciado poderá confundir, por isso são segredos que passamos após tempo de aprontamento, para que quando fizer a cabeça de alguém saiba realmente o que isso significa.

 

4         A própria cabeça é síntese de caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabem, muitas vezes, se configurando como sinônimos) começam no ori, que ao mesmo tempo aponta para as quatro direções.

5         OJUORI – A TESTA

6         ICOCO ORI – A NUCA

7         OPA OTUM – O LADO DIREITO

 

8         OPA OSSI – O LADO ESQUERDO

Linguagem dos símbolos e da imaginação

Quando quisermos falar com um orixá nigeriano que não entende português usamos nossa imaginação e visualizamos na nossa mente um quadro que queremos pedir que se crie no plano físico.

Para auxiliar, podemos usar os elementos da frente do mesmo. Quando somos iniciados, entrarmos em contato com estas potências dentro de nós e estaremos fazendo um contato com os arquétipos das forças elementais da natureza que também é conhecido como inconsciente coletivo.

Este contato é feito primeiramente de uma forma consciente, através das ideias que os orixás representam, dos mitos que mostram os padrões de interação dos mesmos e, depois, de uma forma subconsciente, que tem seu ápice com a ocupação inconsciente.

Desta forma estamos em contato em todas as instancias do nosso ser com os Orixás e é este o objetivo que o pai de santo tem ao fazer um santo para um filho. O dito fundamento, que é o ensinamento em comum a todos e que é passado em geração a geração formatando o iniciado na tradição da cultura africana e feito na esfera do intelecto e da mente e é justamente o aprendizado consciente sobre o que são os orixás, para o que respondem o que comem como lidar com eles e etc.

Isto é feito de uma forma relativamente rápida, dependo da vontade do pai e do filho de santo. O que deve ser levando em conta é que se ficar somente nisto, os orixás podem vir a não responder para o filho, pois falta a segunda parte que é o contato com os potenciais que os mesmo representam dentro da alma do filho.

Estamos falando das energias e forças que serão ligadas com o que foi aprendido no fundamento. Esta experiência está na esfera das emoções, sensações e instintos que ficam num segundo estágio da mente que é subconsciente.

Isto é feito por meio de experiências que podem ser de uma grande intensidade e manifestação emocional. Além disso, a relação com o Orixá vai trazer um segundo conhecimento do mesmo revelando segredos e características únicas e pessoais da relação com os mesmos e isto acontece por toda a vida do iniciado.

 Nem sempre é fácil pois a mente subconsciente somente vai dar vazão destas forças sob uma roupagem que esteja no padrão de crenças que o filho formou desde sua infância.

 Mas não quer dizer que não haja a possibilidade de uma alteração, mas será um pouco mais complicado devido o padrão de funcionamento da mente subconsciente.

Para isto, deve haver uma conversão (converter em) do padrão de crença A para o B. É por isto que muitos tem dificuldades no inicio em crer neste novo padrão, pois estão na faze inicial de transformação.

 

1         Estas forças instintivas, que vem da mente subconsciente é que são os potenciais colocados por Oxalá, que existem na natureza e que denominamos Orixás, e que regem toda a vida do filho criando em torno dele tudo o que está programado nos padrões de crenças do mesmo no mundo físico.

É impossível parar este processo de criação pois este é o propósito dos mesmos. Nem sempre conseguimos entender logicamente os caminhos deste processo pois os orixás possuem uma “inteligência emocional” que rege os caminhos do filho.

Para a comunicação com os santos, deve-se usar a linguagem que os move e que está acima do português e do iorubá.

 

É a e criar uma base física para nos ajudar na construção da imagem e na comunicação com o orixá. Este é o segredo dos ditos axés que são arriados nos quartos de santos de varias formas. Quando se  cozinha e monta um axé, a visualização deve ser intensa, aliado a crença no poder de realização do santo. Ao arriar, temos que SENTIR a presença do mesmo e esta sensação sentida deve ser da mesma natureza do santo (amor para Oxum, guerra para Ogum, paz para Oxalá e etc ).

 1         Quando um pai de santo assenta um orixá para um filho ele cria um elo entre as grandes forças naturais tão importantes para o bem estar material, astral e espiritual do filho, estabelecendo assim um vínculo entre os mesmos, por meio das quais se desenvolve um canal por onde os orixás derramam suas forças na alma do filho, estimulando assim o fator correspondente na natureza microcósmica do iniciado. Este tipo de adoração, especialmente quando organizado com fundamento, ritualística e filhos iniciados dão força através da crença nos orixás os vitalizando não somente pelas suas energias, pensamento e emoções e da terreira (egrégora), mas também pelo que é utilizado no plano físico (frentes, ervas, frutas, flores, animais e etç) para o assentamento da força dos orixás na terra. O que justifica a tão falada “bacia” é uma corrente antiga de gerações de adoração e tradição que criam uma fortíssima imagem nos planos mais densos da luz astral e seus assentamentos tornam-se portais mágicos muito potentes, capazes de ação independente no plano físico.

2         As formas de invocação dos orixás devem sempre ser feitas de uma forma artísticas e celebrativa, pois os mesmo gostam quando os humanos os imitam na roda com as danças referindo-se a passagens de seus mitos. A dança, o ritmo, o som, as cores, as comidas e símbolos e, sobretudo as emoções devem estar presentes na invocação. Uma atitude emocional positiva  é fundamental para que haja sempre uma efetividade nas invocações. Deve-se ter “fervor” ao dançar para seu orixá e todos os cinco sentidos precisam estar ocupados com sensações propicias e especificas a natureza de cada orixá.  Se não existir isto,  se diz que o ritual não estava com “vibração” e não se consegue o objetivo desejado e é por esta razão que depois que uma casa toca um batuque para os orixás, a resposta é pouca ou as vezes é nenhuma. O batuque é feito para invocar os orixás a animar os assentamentos tornando-os poderosos imãs que atrairão para o filho a manifestação física dos seus axés. A união dos orixás, que são as forças vivas da natureza e comandam os fenômenos físicos (o mar, os rios, as florestas, o relâmpago, os ventos e etc.) com os seus filhos tem sua culminação no fenômeno da ocupação. É neste estado que o orixá deixa de ser uma força para se tornar um deus em forma humana e com todo seu poder a disposição dos filhos na terra. Isto só deve acontecer em batuques, rituais de iniciação ou caso haja necessidade urgente. Fora isto, o orixá não precisa estar na terra a qualquer situação. A comunicação deve ser feita sempre pelo jogo de búzio e, caso seja necessário, arriar uma frente ao orixá visando alcançar um fim específico.

ão, mas será um pouco mais complicado devido o padrão de funcionamento da mente subconsciente.

 

Para isto, deve haver uma conversão (converter em) do padrão de crença A para o B. É por isto que muitos tem dificuldades no inicio em crer neste novo padrão, pois estão na faze inicial de transformação.

 

1         Estas forças instintivas, que vem da mente subconsciente é que são os potenciais colocados por Oxalá, que existem na natureza e que denominamos Orixás, e que regem toda a vida do filho criando em torno dele tudo o que está programado nos padrões de crenças do mesmo no mundo físico.

É impossível parar este processo de criação pois este é o propósito dos mesmos. Nem sempre conseguimos entender logicamente os caminhos deste processo pois os orixás possuem uma “inteligência emocional” que rege os caminhos do filho.

Para a comunicação com os santos, deve-se usar a linguagem que os move e que está acima do português e do iorubá.

É a e criar uma base física para nos ajudar na construção da imagem e na comunicação com o orixá. Este é o segredo dos ditos axés que são arriados nos quartos de santos de varias formas. Quando se  cozinha e monta um axé, a visualização deve ser intensa, aliado a crença no poder de realização do santo. Ao arriar, temos que SENTIR a presença do mesmo e esta sensação sentida deve ser da mesma natureza do santo (amor para Oxum, guerra para Ogum, paz para Oxalá e etc ).1         Algumas pessoas tem o controle sobre estas forças de berço e se diz que são “bruxos e magos”. Os orixás foram ancestrais dos povos africanos que por nascimento o por desenvolvimento deste poder oculto comum a todos, entraram para a história por feitos maravilhosos e que durante sua existência terrena causaram um enorme impacto na sociedade, sendo por um ato de heroísmo, ou um grande Obá ou suas qualidades como coragem e força, rendendo-lhe o status de deuses, sendo um dos mais populares Xangô, que foi rei de Oyó. Os orixás podiam ser cultuados como Olori (senhor da cabeça), Idílê (cultuado por uma família, Orixá Ilú (cultuado por uma aldeia ou povo).

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O babalaô então pôs a mão no ombro de cada um e todos puderam levantar-se livremente. Disse a eles que fizessem como fazia ele próprio: que o primeiro sacrifício fosse para acalmar Exu. Assim convencidos, foi o que fizeram os pais e mães-de-santo, naquele dia e sempre desde então.