SOMOS TODOS DESCENDENTES DE ESCRAVOS..
BATUQUE MODERNO?
Já sabemos que a religião afro brasileira descende dos africanos que vieram para o Brasil trazendo consigo suas origens,culturas e crenças.
No Rio Grande do Sul ainda encontramos casas ou terreiros que descendem desses africanos, que passaram suas tradições de pai para filho e assim por diante, (tipo telefone sem fio)
Na verdade os antigos guardavam muitos segredos e levavam muitos deles consigo para seus túmulos.. Salvo as informações passadas aos seus descendentes.
Vem daí muitos dos fundamentos que pregamos hoje nos nossos terreiros, porém nem todo mundo sabe disso.
Hoje temos muitos meios de buscar informações através da internet, e ainda podemos viajar até a áfrica e aprender um pouquinho dos rituais que lá praticam., conclusão (agimos e pensamos hoje muito deferente dos africanos)
O batuque prega hoje uma mistura de lados, informações, tribos, fundamentos e isso não é ruim por si só, na verdade é que nós brasileiros com a nossa diversidade e criatividade acabamos por fazer uma religião única baseada em fundamentos e informações antigas..
Com o passar do tempo cada ser chega a mesma conclusão que o verdadeiro fundamento africano está dentro de cada um de nós, no respeito aos orixás, na fé que colocamos nos axés, na virtude e na veracidade das posseções.
Com tudo acreditamos e queremos continuar acreditar que somos oriundos desses negros, que temos orgulho de ser religiosos, amamos o que fazemos e buscarmos cada vez mais nossos direitos!
Os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:
- Ijexá — Paulino de Oxalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapanã), Jovita de Xangô; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogum, Estela de Yemanjá, Ondina de Xapanã, Ormira de Xangô, Pedro de Yemanjá,Pai Tuia de Bará,Pai Tita de Xangô; Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Xapanã, Mãe Rita de Xangô Aganju,entre outros.
- Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de xapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Nicola de Xangô, Mãe Moça de Oxum, Miguela de Xangô, Acimar de Xangô, Toninho de Xangô e Tim de Ogum, entre outros.
- Jêje — Mãe Chininha de Xangô, Príncipe Custódio de Xapanã, João Correa de Lima (Joãozinho do Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Zé da Saia do Sobô, Loreno do Ogum, Nica do Bará, Alzira de Xangô, Pai Pirica de Xangô;Mãe Dada de Xangô; Leda de Xangô; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Xangô, Pai Vinícius de Oxalá entre outros.
- Cabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romário de Oxalá, Pai Gabriel da Oxum,Mãe Marlene de Oxum, Pai Cleon de Oxalá, Pai Mário da Oxum, Pai Nazário do Bará, entre outros.
- As entidades cultuadas são as mesmas em quase todos terreiros, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. O Ijexá é atualmente a nação predominante, encontra-se associado aos rituais de todas nações.
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O culto, no Batuque, é feito exclusivamente aos Orixás, sendo o Bará o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os terreiros, no Candomblé o chamam de Exú.
Entre os Orixás não há hierarquia, um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orixás cultuados são: Bará, Ogum, Oiá-Iansã, Xangô, Ibeji (que tem seu ritual ligado ao culto de Xangô e Oxum), Odé, Otim, Oba, Osanha, Xapanã, Oxum, Iemanjá, Oxalá e Orunmilá (ligado ao culto de Oxalá).
E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Legba, Gama (ligada ao culto de Xapanã), Zína, Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.
A Fé
Esta é a parte mais importante na feitura de qualquer trabalho, seja este para amor, negócios ou saúde, tem os que fazer com muita fé, confiar no poder dos Orixás, fazer com o coração aberto, sem dúvidas da resposta; A fé é "meio trabalho", muitas vezes não precisa grandes oferendas, damos uma vela com fé e recebemos a graça desejada, é claro que em seguida damos uma oferta maior para agradecer os Orixás, nós precisamos desta força interior. E há casos em que desejamos determinados acontecimentos, e o objetivo não é alcançado, neste caso, não devemos ficar irados com os Orixás, nem sempre aquilo que queremos servirá para nos fazer feliz, pode ser bem ao contrario, não devemos perder tempo com ilusões, só virá até nossas mãos aquilo que merecemos, eles não nos darão um fardo maior do que possamos carregar.
Todos sacerdotes de Orixá, também precisam se descarregar, de vez enquanto fazer uma boa limpeza, uma boa descarga para clarear a aura, os que vivem para ajudar, também precisam de ajuda, e seria melhor cultuada e preservada a nossa religião se estes que ainda detem um pouco da sabedoria dos cultos, passassem a diante, é tão bom quando se precisa de auxilio e ele esta próximo, se não passarmos os segredos do culto, como ficará no futuro a nossa raiz?, já perdemos muito e o que resta tem que ter continuidade, peço aos meus irmãos de culto que pensem nisto, não querer ensinar é egoísmo, se recebemos podemos dar, claro que temos que ver para quem estamos passando os rituais sagrados dos Orixás, não dá para entregar na mão de qualquer um, mas, se olharmos a nossa volta sempre terá um ou outro que seguirá a risca o que lhe for delegado, os Orixás sempre irão por descendência na religião, porém, ninguém nasce sabendo.
Falando ainda na preservação dos cultos, tem muito pai e mãe de santo perdido, acham que sabem tudo, e as vezes se deparam com situações difíceis, e não sabem para que lado correr, por que será? É por que não perguntam quando tem dúvidas, não querem ser humildes e pedir explicações para quem sabe, acabam fazendo errado aquilo que seria tão prático, pedir auxílio; o médico quando não tem certeza do que fazer, num caso raro, pede ajuda de seus companheiros, fazem uma junta médica, e isto está faltando no culto, nós vamos morrer e não vamos ver tudo, não vamos saber de tudo, sempre tem um que sabe um pouco mais. Tem sacerdote aí que só quer aprender a fazer maldade, fazem mil assentamentos desnecessários, não se contentam só com Orixás que devem fazer parte da sua feitura, querem ter "coisas" que nem pertencem a sua raiz (sua nação religiosa), estes sempre acabam sem saída, temos que compreender que, o que é nosso ninguém nos tira, não é tendo um "cemitério" em casa que me fará seguro; sempre tem uma arma para "matar" uma pomba voadora, e muitas vezes só com nossos humildes "santinhos", conseguimos dar largos passos
O Poder da Fé |
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